Um espaço para partilha de ideias relacionadas com as práticas artísticas
e os seus efeitos terapêuticos, com destaque para a vertente musical

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dia mundial da música

HOJE comemora-se o dia mundial da música! Este post pretende constituir uma dedicatória a todos os músicos, musicoterapeutas, cantores, maestros, compositores, DJ's, musicólogos, luthiers, produtores musicais e todos aqueles que vivem para sentir, percepcionar, compreender, usar, recorrer, manipular, transformar, interpretar, criar, recriar, ouvir e escutar música :)

Nietzsche e Schopenhauer, dois dos “espíritos” mais inquietantes da Filosofia, reconheciam na música um verdadeiro arrebatamento do Ser, só a música era capaz de fazer corpo e “mente”, unidos, dançarem em perfeita sintonia.
Concretizando esta perspectiva filosófica sob um ponto de vista científico, diversos estudos têm sido desenvolvidos em diversas áreas científicas, revelando que a música é eficaz como um meio complementar de intervenção terapêutica sobre diversas doenças.
Descobri dois artigos de órgãos de comunicação social - duas revistas - que divulgam precisamente o poder da música na saúde.

O excerto que se segue foi retirado e traduzido da edição brasileira da revista Seleções do Reader's Digest de dezembro de 2001. pág. 131.

'Vítimas de queimaduras estimuladas a cantar quando lhe trocam as ligaduras sentem menos dor. Pacientes de cancro que ouvem música e aprendem a tocar instrumentos, por exemplo, vêem os níveis das hormonas do stress reduzir, fortalecendo o sistema imunológico.
Parte das potencialidadades da música resulta da capacidade de reduzir a ansiedade, podendo esta comprometer as defesas imunológicas, bem como intensificar a sensação de dor.

A música
tem sido cada vez mais utilizada para efeitos terapêuticos, sendo que desvia a atenção da pessoa do sofrimento e alivia a tensão. As experiências que têm sido desenvolvidas revelam que os efeitos da música influenciam o desenvolvimento cerebral, uma vez que activam diferentes partes do cérebro, nomeadamente áreas associadas ao controlo motor, memória, emoção e fala, explica o neurocientista e músico Michel Thaut, da Universidade Estadual do Colorado.
A título de exemplo, quando Debbie Clark levou Adam, o seu filho autista de 3 anos, a um musicoterapeuta, o menino aprsentava pouca frequência de produção de fala. Na clínica da Universidade Estadual da Califórnia, os terapeutas incentivaram o desenvolvimento da sua expressão, recorrendo à musicoterapia. "Em três meses a transformação foi fenomenal" diz Debbie. "Antes, Adam nunca olhava pessoas desconhecidas nos olhos. Agora, despede-se dos musicoterapeutas dizendo 'Tchau, Jim. Tchau, Ron. Até semana que vem.' Isto é música para os meus ouvidos."

Thaut tem verificado a estreita ligação entra música e movimentos, nos trabalhos que tem desenvolvido com vítimas de Acidente Vascular Cerebral e Distrofia Muscular, bem como com portadores de Paralisia Cerebral e Doença de Parkinson.

Segundo o musicoterapeuta Ron Borczon, "há séculos que os curandeiros usam músicas e tambores. Estamos apenas a redescobrir o que eles sempre souberam: a música, por meio da sua profunda repercussão sobre a mente e o corpo, pode ser uma arma poderosa para curar as pessoas".
'

Também a revista SuperInteressante, na edição electrónica, aborda o assunto, estando abaixo apresentada uma adaptação do excerto passível de acesso em http://super.abril.com.br/cultura/musica-cabeca-441937.shtml

'A música alivia a dor do pós-operatório, faz bem a pacientes com danos cerebrais e ajuda o bebé a nascer mais rápido.
Depois da Segunda Guerra Mundial, hospitais americanos obtiveram resultados surpreendentes ao contratar músicos para ajudar na recuperação dos veteranos de guerra. “Foi assim que a musicoterapia ganhou força”, diz Cléo Correia, vice-presidente da Associação de Profissionais e Estudantes de Musicoterapia de São Paulo. Desde então, a terapia através da música e do uso de sons tem vindo a ganhar status académico. “Os médicos estão cada vez mais conscientes da importância da música em diversos tratamentos”, diz Cléo. “Até para diminuir a percepção de dor dos pacientes depois de uma cirurgia.”

Na Universidade Federal Paulista de Medicina, o neurologista Mauro Muszkat pesquisou as alterações elétricas no cérebro de pacientes ao escutarem música. “Um paciente que sofreu algum dano cerebral pode recuperar parte das funções perdidas se for estimulado com a música”, diz Muszkat. Os musicoterapeutas trabalham com um roteiro específico e personalizado de músicas e sons ambientais que pretendem estimular respostas particulares em cada paciente, conforma as características individuais e objectivos a atingir.
Em alguns hospitais, a música é utilizada como banda sonora de situações de parto. “Uso a música para estimular as contrações uterinas”, diz José Bento de Souza, obstetra do hospital paulista Albert Einstein. Na sua sala de parto, os bebés nascem ao som de Mozart e Beethoven, como numa grande abertura de ópera.'


É bom saber que a divulgação desta temática começa a ganhar dimensões mais eficazes na tarefa de sensibilização da população :)


Imagem acedida em:

http://blog.targethealth.com/wp-content/uploads/2009/06/20090602-4.jpg

Nenhum comentário:

Postar um comentário