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e os seus efeitos terapêuticos, com destaque para a vertente musical

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Objectivos da Musicoterapia

Os objectivos da prática de musicoterapia variam entre os vários autores, mas verifica-se que estes, de algum modo, contemplam sempre três aspectos primordiais: a interacção positiva do paciente com outros seres – fortalecimento de relações interpessoais –, o desenvolvimento de uma auto-estima positiva – melhoria da qualidade de vida – e a utilização a música como incentivo à creatividade e autoexpressão, procurando o desenvolvimento da comunicação.
Optei por expôr a perspectiva dos autores López & Carvalho, uma vez que considero que a forma como organizam e expõem os objectivos é clara, explícita. Por outro lado, nesta perspectiva é dado ênfase à dimensão emocional da pessoa, a qual constitui base catalisadora para as aprendizagens que efectua. O equilíbrio emocional é condição essencial para que a exploração do mundo, a aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades de cada um sejam devidamente exploradas e potencializadas. Seguindo esta linha de raciocínio, os autores em questão definem três conjuntos de objectivos distintos abordados na prática da Musicoterapia, colocando a àrea emocional em lugar de destaque:

* área emocional: pretende-se recuperar o paciente para a convivência em sociedade, no sentido de fortalecer as suas relações interpessoais, promovendo a (re)integração e/ou (re)socialização do indivíduo, bem como a auto-estima positiva;

* área de comunicação e memória: pretende-se alcançar progressos ao nível da capacidade de percepção auditiva, linguagem, fala, compreensão do papel do outro, manutenção da atenção e memória. A musicoterapeuta Rita Aguiar acrescenta que na dimensão da linguagem, pretende-se desenvolver, essencialmente, a área da pragmática, bem como estimular a utilização de gestos. A fonoaudióloga Esther Ninsenbaum salienta que os objectivos devem centrar-se no alcance de reorganização interna que favoreça a transição entre a expressão não-verbal e a expressão codificada verbal.

* área motora: pretende-se trabalhar áreas como a coordenação motora, o equilíbrio, o controlo do movimento, a manutenção e controlo da postura e marcha, a respiração, o ritmo e a orientação espacial. Aguiar & Ninsenbaum enfatizam ainda a importância da musicoterapia para o desenvolvimento da motricidade fina.

Bibliografia:
· Aguiar, R. & Ninsenbaum, E. (1999). Musicoterapia: superando fronteras. Rio de Janeiro: CC&P Editores;
· López, A. L. & Carvalho, P. R. (1999). Musicoterapia com Hemiplégicos: um trabalho integrado à fisioterapia. Rio de Janeiro: Enelivros;


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